Eterna magia…
Ou talvez um desejo profundo,
Fosse capaz de fazer mudar
O mundo, a humanidade, o ser humano!
Para quê tamanha mudança?
Para quê?
Oh delírio…
Oh podridão!
Mudava a criança
Que virá a tornar-se adulto
Mudava a esperança,
Que nem mais é, que um vulto.
Ai sofrimento,
Escura beleza
Foge-me o tempo
Perco a clareza.
Desvaneço,
Tento controlar o que nem meu é.
Mundo,
Apenas em sonhos.
Desisto,
Da visão periférica de ti,
De ti mundo,
De ti crueldade.
Encho-me então de esperança
De humildade, realeza
Pensando na humanidade
Sinónimo de degradação.
Onde estais,
Sim onde estais,
Humanidade em flor,
Humanidade de orgulho?
Procuro-te…
Mas, nem em sonhos te encontro,
Porque jamais te verei
E algum dia te senti.
Mudo a trajectória,
Contudo, o real permanece,
Os sonhos não chegam,
E o ser humano é visto a nu.
Chega então a infelicidade
Permanece o terror
Reina a injustiça
Descreve-se assim, ser humano.
E sem possibilidade de escolha
Ou mudança de definição
Constato humildemente
Que não fui, sou ou serei alguma vez ser humano.
Em mim,
Jamais existirá terror,
Injustiça não sei…
A infelicidade sempre existiu.
Infeliz, não devido a mim
Mas a toda a crueldade que me rodeia
Grito até não poder mais
Preciso de mudança!
E porque vivo,
Onde nada do que quero acontece
E temo nunca vir a acontecer
Pergunto a mim mesma:
Quem sou eu se ser humano não sou?