Se em mil noites de luar
Tua alma sosseguei,
Porque me inquietas agora,
Tu escravo do mal?
Tua servidão,
Não queria,
Desse teu abismo louco,
Sufoco, agonia.
Tuas iras infernais,
São causa de comuns mortais
Se debaterem sem razão.
E se o pobre se arrelia,
Contra ti homem do mal,
Não perdoas tal acção
Fustigas ingratidão…



Sentimentos…
É o que sinto?
Ou aquilo que minto?
O que serão na verdade?
Serão a linguagem da alma ou somente do coração?
Creio nunca saber o que são!

Por mim luto todos os dias…
Apesar de não saber o que faço
Nem porque caminho ando.
Mas, sabendo qual a direcção que me move.

Por mim sorrio
Quando me apetece gritar tristeza
Por mim
Procuro atingir o inatingível.

Sempre por mim...
Avanço, quando em apetecia parar.
Será por mim...
Que nunca desistirei de lutar…

[Moita-22-10-2007]



Eterna magia…
Ou talvez um desejo profundo,
Fosse capaz de fazer mudar
O mundo, a humanidade, o ser humano!


Para quê tamanha mudança?
Para quê?
Oh delírio…
Oh podridão!


Mudava a criança
Que virá a tornar-se adulto
Mudava a esperança,
Que nem mais é, que um vulto.


Ai sofrimento,
Escura beleza
Foge-me o tempo
Perco a clareza.


Desvaneço,
Tento controlar o que nem meu é.
Mundo,
Apenas em sonhos.


Desisto,
Da visão periférica de ti,
De ti mundo,
De ti crueldade.


Encho-me então de esperança
De humildade, realeza
Pensando na humanidade
Sinónimo de degradação.


Onde estais,
Sim onde estais,
Humanidade em flor,
Humanidade de orgulho?


Procuro-te…
Mas, nem em sonhos te encontro,
Porque jamais te verei
E algum dia te senti.


Mudo a trajectória,
Contudo, o real permanece,
Os sonhos não chegam,
E o ser humano é visto a nu.


Chega então a infelicidade
Permanece o terror
Reina a injustiça
Descreve-se assim, ser humano.


E sem possibilidade de escolha
Ou mudança de definição
Constato humildemente
Que não fui, sou ou serei alguma vez ser humano.


Em mim,
Jamais existirá terror,
Injustiça não sei…
A infelicidade sempre existiu.


Infeliz, não devido a mim
Mas a toda a crueldade que me rodeia
Grito até não poder mais
Preciso de mudança!


E porque vivo,
Onde nada do que quero acontece
E temo nunca vir a acontecer
Pergunto a mim mesma:
Quem sou eu se ser humano não sou?





Olho a mágica janela
Aquela que eu sei que não existe
Mas pela qual eu insisto em ver…
Carregando comigo a esperança
De um dia poder dizer que ela existe.

Queria ser capaz
De desprender-me dela,
Mas, quando desperto
Não sou capaz de viver acordada
Na crueldade imensa
Em que se tornou, o Mundo em que nasci…

Acordada
Vejo o Ódio e a Maldição
Na mágica janela…
Vejo a Paz e o Perdão!

Quando acordo,
Tudo se resume
Numa busca incessante
À procura de seres
Que teimam ainda
Recusar a Podridão
Que todos temos
Mas que alguns apagam.
Dia após dia
Mês após mês
Sem ter consciência
Que este pequeno esforço
Pode amanhã dar fruto
Na árvore que outrora foi seca…

Cansada,
Recolho-me em silêncio
E tento através da mágica janela
Ver, o que na verdade não vejo
Com olhos de ver, mas sinto
Como o que resta do Coração Alvejado,
Daqueles que ainda não descobriram a Efémera verdade…

Restabelecida,
Volto de novo ao verdadeiro ver,
Ao verdadeiro sofrer,
Que os homens provocam,
Naqueles que injustamente pagam apenas por viver,
Por tentar ser dignos,
E honrar a terra que os viu nascer…

BASTA, acabou…
Não há tempo para Guerras
Injustiças e Traições
Não há tempo homens,
Porém com todas estas perseguições,
Porque a Vida,
É apenas uma curta viagem,
E para mal de muitos só com bilhete de ida…

O tempo passou,
Ainda assim
Prefiro definitivamente
A mágica janela,
Luz que brilha em meu coração,
Estrela que brilha no céu…
Para comprovar no fundo,
O meu simples ponto de vista
Sobre a Enfermidade do Mundo
Pedaço de terra
Onde reina a Guerra, o Ódio e a Opressão
E do qual eu não quero fazer parte, NÃO!



Hoje disseram-me
Segue em frente
Mas por ti...
Decidi continuar
Sabendo que o mais provável ,
É sair magoada...


Sei que já reparaste que sou insistente
Mas antes assim do que como outrora
Que te deixei ir
E cá fiquei no meu canto
A chorar por ti...


Sei que esta trama só acaba
Quando finalmente estivermos juntos
Porque essa sim
É a unica realidade possível,
Aquela em que acredito
Sem qualquer exitação.


Por ti...
Luto contra o mundo
Luto por aquilo em que acredito
Que não é mais nem menos
Que a força universal que me move
Todos os dias, horas, minutos e segundos.


És tu ...
Aquele que me faz acreditar
Naquilo em que ninguém acredita
E que me faz não dexistir
De abraçar o mundo
Como gostava de abraçar-te a ti.


Desisto então de afirmar que te esqueci
Uma vez que é mentira
Mas não de afirmar
Que quero lutar por ti...
Hoje e sempre!



Elaborado por: Leandra Silva




Prende-me a ti…
Mas não dês nó cego…
Pois não poderás prever
As incertezas do futuro


Leva-me contigo…
Amarra-me ao teu barco
Amarra-me com a tua corda
Mas só tu…


Escolhe uma corda consistente
Um nó fácil de desprender
Mas por favor não fujas,
Fica preso comigo…


Só tu me sabes prender livremente
Simplesmente por teres aprendido:
Deixa livre o que consideras teu,
Porque se é teu ou fica ou vai , mas volta…


Sabes que não tens de te preocupar
Porque apesar de a corda poder partir,
Porque apesar de a poder desamarrar
O nosso amor é o nó mais forte que pode existir…



É preciso força
É preciso lutar
Contra a mediocridade
Que teima em nos afectar.
-Uma gaivota voava voava-
Como ela voamos e voaremos…
Por cima de povo que outrora lutava lutava
Por causas que agora tememos…

Deixemos de lado a moralidade
O que nos prende ao falso preocupar
Passe-mos antes á verdade
É essa diz-nos que temos de lutar!

Parece que ontem foi
Que o Povo Português se revoltou
Mas desenganem-se…
Esse tempo á muito que passou…

Vamos ser a nova era
Um novo orgulho para Portugal,
Vamos fazer como outrora o povo fizera
E ser revolucionários contra o mal…!

---><---
Este poema é dedicado especialmente ao dia da poesia, mas também a um cantor que cantou e encantou- Zeca Afonso. O verso acima que no poema contém aspas é retirado de uma canção-Gaivota- do cantor anteriormente referido, para que fosse mais fácil perceberem objectivamente o sentido do poema.